O que é uma fintech?

Já ouviu falar no termo fintech? Também não o compreendeu e imaginou que era algo específico de países estrangeiros e, mais do que isso, dos profissionais das finanças? Acompanhe o texto e irá entender que essas empresas estão cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros e, mais do que isso, proporcionam serviços que viabilizam um maior empoderamento dos cidadãos na escolha de atividades bancárias e outros serviços associados a atividades financeiras.

Primeiramente, antes de analisar o que é uma fintech¸ é relevante compreender o que é uma startup, a qual, por sua vez, consiste em uma empresa jovem cujo modelo de negócio possui um produto capaz de ser entregue em uma escala ilimitada e que, em um cenário de incertezas, busca propor uma solução para um determinado nicho do mercado.

Após essa breve contextualização do que é uma startup, pode-se compreender melhor o termo fintech, o qual se originou por meio de uma abreviação de financial technology (tecnologia financeira, em português). As fintechs consistem em startups que utilizam tecnologia inovadora para resolver questões financeiras. Grande parte delas viabilizam que os clientes controlem os serviços inteiramente pelos celulares, sem a necessidade de ir a uma agência ou corretora. Em outras palavras, fintech é uma empresa digital e inovadora cujo objetivo é promover soluções financeiras no dia a dia. Um bom exemplo de fintech são as empresas que possibilitam um cartão de crédito sem anuidade.

No que tange ao surgimento das fintechs, nota-se que ele ocorreu mais fortemente nos Estados Unidos entre os anos de 2008 e 2012, especialmente devido a dois fatores, os quais são a crise econômica de 2008 – a qual gerou um maior desconfiança em relação aos bancos tradicionais – e a maior inserção de smartphones no mercado de massa – que viabilizou um maior acesso rápido à internet. Nesse cenário, as fintechs surgiram com o propósito de um serviço financeiro mais dinâmico e acessível e com outro fator relevante: muitas das pessoas que passaram a impulsionar essa startup, eram funcionários de grandes bancos demitidos durante a crise, o que gerava uma maior confiança aos clientes e facilitava a organização dessa empresa disruptiva.

Em relação ao mercado brasileiro, estima-se que há aproximadamente 828 fintechs. Antes de serem criadas, essas empresas precisam seguir uma série de regras específicas do Banco Central, o que as confere uma maior segurança nos seus serviços. Todavia, caso desconfie se determinada fintech é segura, pode-se consultar se ela está cadastrada no sistema de dados do Banco Central (https://bit.ly/2SIvg8w.)  

Como já analisado, todas possuem em comum a utilização de tecnologia para tornar as atividades financeiras mais acessíveis e ágeis. Para atingir esse determinado propósito, elas operam principalmente – frisa-se que é um rol meramente exemplificativo, ou seja, existem inúmeros outros setores que essas startups financeiras participam – nas seguintes áreas:

a)      Fintechs de pagamento (ou mobile Money): São as que simplificam a compra e venda de lojas de varejo e atuam na transferência de dinheiro. Como exemplos, há a Stone e o PicPay.

b)      Gerenciamento e finanças: Geralmente são as que proporcionam serviços gratuitos para dinamizar a organização financeira de uma pessoa física ou jurídica. Para essa finalidade, oferecem gráficos dos balanços financeiros familiar ou empresarial. Atuam nessa área o GuiaBolso e o Contabilizei.

c)      Bancos digitais:  O banco digital é uma categoria entre as fintechs existentes e consiste em um serviço bancário que funciona apenas digitalmente e que, por meio de tecnologias, concede atividades bancárias mais ágeis e baratos do que os bancos tradicionais. Dentre os exemplos, há o Nubank, o C6 Bank e o Banco Inter.

d)      Seguros: Oferecem soluções de seguro personalizadas para o interesse do cliente, comumente com melhores taxas e condições de pagamento do que as seguradoras tradicionais. Exemplos: Compara Online, Escolher Seguro.

e)      Investimentos: Possuem como finalidade viabilizar que um cidadão que não domine muito a área de investimentos possa observar quais são as aplicações mais rentáveis e menos arriscadas. Exemplo: Magnetis, Jurus, InvestApp

Dessa forma, nota-se que as fintechs possibilitam soluções financeiras inéditas, menos burocráticas, mais intuitivas e com baixíssimo custo.

Sendo assim, nota-se que essas startups do setor financeiro são mais um exemplo de como a tecnologia fomenta aspectos positivos para a sociedade, visto que, com o surgimento das fintechs, inúmeros cidadãos podem adquirir produtos que eram extremamente onerosos devido à burocracia de bancos tradicionais, tais como um cartão de crédito, aconselhamento de quais são os melhores investimentos, formas de realizar o balanço dos gastos e outros exemplos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Blog BPP. Fintechs x bancos: entenda a diferença entre os serviços financeiros. BPP. São Paulo. 2019. Disponível em: <https://bit.ly/33OeQlb>. Acesso em 11 out 2020.

Portal Fintech. Da origem ao crescimento das Fintechs. Fintech. São Paulo. 2019. Disponível em <https://bit.ly/3nF6Cnn>. Acesso em 1 out 2020.

Portal Fintech. Saiba a diferença entre fintech e banco digital e quais as vantagens de casa um. São Paulo. 2019. Disponível em <https://bit.ly/3jQjUeD>. Acesso em 1 out 2020.

Redação Nubank. O que é fintech e por que esse termo ficou tão popular? Nubank. São Paulo. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/34LGDlQ>. Acesso em 11 out 2020.

Zigurat Innovation & Technology Business School. Evolution of Fintech. Zigurat. Barcelona. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/2IcQ6uC>.

 

 

Breno Bernardes
Acadêmico da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.